Basta os termômetros descerem para a marca de um dígito para que pessoas subam a Serra em busca do frio. Mas a região tem mais do que baixas temperaturas. Cânions, mirantes, cachoeiras e gastronomia podem surpreender o turista
Com belas paisagens naturais, plantações de pêras e maçãs abertas à visitação, construções históricas e gastronomia típica, a Serra Catarinense tem potencial para ser um importante destino turístico no inverno. Atenta a seus atributos, a região passou a investir, nos últimos anos, em melhorias para receber o turista e competir com outros locais semelhantes, como a Serra Gaúcha.O desenvolvimento da região é discutido há mais de 50 anos, mas a primeira ação ocorreu apenas em 1998, quando a Associação Comercial Industrial de Lages (ACIL), em parceria com outras entidades da Serra, definiu um plano de ações para desenvolvimento. A Serra passou a ter maior representação em 2002, com a criação da Agência de Desenvolvimento da Serra Catarinense – AGESERRA – que elabora e articula projetos estratégicos.
Cidade indutora do turismo serrano, São Joaquim recebeu no ano passado o projeto Caminhos do Sabor, realizado pela Abrasel em parceria com o Sebrae e o Ministério do Turismo. A ação ocorreu, concomitantemente, em todo o País, em 65 destinos selecionados como indutores do turismo. Em agosto de 2010, a Abrasel realizou uma pesquisa de oferta e demanda na cidade, que ouviu moradores e turistas, contemplando diversas dimensões.
O atendimento dos estabelecimentos e a receptividade foram considerados excelentes por 100% dos turistas entrevistados. Também se destacaram entre os pontos positivos o clima frio e as riquezas naturais da região. Porém, caracterizar a gastronomia local como um atrativo foi a maior dificuldade. A Serra Catarinense oferece como produtos típicos a maçã, o pinhão, a truta e o frescal, porém o turista não percebe isso. Enquanto os moradores consideram o Festival da Maçã um dos principais atrativos, os turistas alegam não conhecer o evento. Um dos objetivos do Caminhos da Sabor é reverter esta situação, e fazer da gastronomia um dos principais atrativos da região.
Além da pesquisa, o projeto elaborou um plano de ações para o desenvolvimento da região, visando, entre outras coisas, a qualificação de multiplicadores para a melhoria do atendimento. “O turismo na Serra cresce a cada ano e os estabelecimentos precisam se adequar para melhor atender os turistas, que estão cada vez mais exigentes”, destaca o presidente da Abrasel SC, Fábio Queiroz.
Paralelamente, outros projetos estão em andamento para desenvolver a região. Em Urubici, o Conselho Municipal de Turismo estuda uma ação de parceria entre pousadas e restaurantes. O objetivo é que os hóspedes façam as refeições nos estabelecimentos da cidade, visto que as pousadas não oferecem este serviço. Marcelo Sabiá, sócio-proprietário do Canto do Sabiá e membro do Conselho, também destaca que estão planejadas ações para melhorar a infraestrutura nos pontos turísticos, especialmente daqueles que ficam em propriedades privadas. “O proprietário cobra R$ 2 para a visitação, mas não oferece nada ao turista, que reclama. Se cobrar R$ 7 e houver um banheiro limpo e um deck seguro, por exemplo, atenderia as necessidades do turista, que ficaria satisfeito”.
Por parte do governo do Estado, em 2009 foi lançado o Projeto Acorde – Ação Conjunta de Revitalização e Desenvolvimento – em São Joaquim. O objetivo era viabilizar o desenvolvimento sustentável da região por meio de estudos e projetos para direcionar políticas públicas e ações em infraestrutura turística. Dois anos depois do lançamento, o governo de Raimundo Colombo retomou o assunto no final de abril. Na ocasião, Elisa Santana de Liz, diretora da Secretaria de Estado do Turismo, afirmou que o governo estadual vai fornecer à cidade um planejamento turístico para ser aplicado nos próximos 10 anos.
O ponto mais ambicioso do Acorde é tornar a região o melhor destino turístico de inverno no Brasil. “Potencial, a Serra Catarinense tem. Se todas as iniciativas surtirem efeito, em alguns anos a região estará apta a competir com as serras Gaúcha e Paulista, e se consolidar no âmbito nacional como um dos melhores destinos”, alega Eliza Santana de Liz.
fonte: http://www.abraselsc.com.br/noticias/item/372
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